União Romani de Espanha ameaça processar Sarkozy junto do Tribunal de Justiça da UE
A União Romani de Espanha, apoiada pela União Romani Internacional, prepara-se para processar o Presidente francês junto do Tribunal de Justiça da União Europeia, acusando-o de violar os direitos humanos e das minorias.
Esta intenção foi declarada por Juan de Dios Ramírez, antigo deputado europeu e presidente daUnião Romani de Espanha, citado pelo jornal espanhol “El Pais” na sua edição online.
"Pela primeira vez na histórica do povo cigano, vamos deixar de nos lamentar e atuar com as mesmas armas que usa a sociedade dos ´gadjès´ (nome pelo qual os ciganos identificam os não-ciganos) e vamos a levar o Presidente francês perante o Tribunal de Justiça da União Europeia, no Luxemburgo", disse Ramírez.
A decisão da associação espanhola que representa os ciganos surge em resposta à decisão do Governo de Nicolas Sarkozy de repatriar centenas de ciganos da Europa de Leste sem documentos para os seus países de origem.
Juan de Dios Ramírez está a preparar a documentação para apresentar ao Tribunal, alegando que “o Governo francês está a violar um dos pilares da nova Constituição Europeia, aprovada em Lisboa em 2009, na qual a defesa dos direitos humanos e o respeito pelas minorias é uma questão fundamental”.
"A nova Constituição Europeia tem pouco poder nos aspetos económicos mas manda no que respeita aos direitos humanos, exatamente aqueles que a França está a violar”, afirmou.
Ramírez nasceu em Puerto Real (Cádiz) em 1942 e é uma das figuras chave do mundo Rom (cigano no idioma deste povo).
Foi o primeiro cigano a entrar como deputado no Parlamento Europeu, em 1986, e em Espanha representou o povo cigano no primeiro Parlamento depois do franquismo.
A União Romani de Espanha convocou também uma manifestação, em Paris, a realizar dia 04 de setembro, na Praça da República, para protestar contra as medidas anunciadas pelo presidente francês.
Depois de conseguir o apoio de Itália, França vai tentar convencer outros países da Europa a expulsar os ciganos. Paris decidiu organizar uma cimeira sobre imigração a 6 de Setembro. Os convites incluem os ministros da Administração Interna da Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido, de acordo com o Telegraph.
A ideia de França é conseguir uma posição comum em relação à expulsão sem barreiras de imigrantes que não se consigam sustentar.
França já repatriou cerca de 200 ciganos para a Roménia durante este mês. Uma atitude criticada pela Igreja Católica e pelos partidos de esquerda e centro-direita.
Representantes ciganos já condenaram este encontro entre ministros europeus, defendendo que esta é uma forma mal disfarçada para atingir a comunidade cigana, e dizem estar «preocupados».
«Os convidados não têm autoridade para limitar o direito de livre circulação na União Europeia ou de apoiar qualquer movimento unilateral italiano para limitar o acesso à livre circulação», defende Robert Kushen, director executivo do European Roma Rights Center.
França pede que Comissão Europeia obrigue Roménia a reintegrar população cigana
França pediu entretanto à Comissão Europeia que obrigue a Roménia a responsabilizar-se pela integração da população cigana, segundo o El País.
Numa carta enviada a Durão Barroso, chefe da Comissão Europeia, o primeiro-ministro francês, François Fillon, exige que a União Europeia tome medidas para se assegurar que os 4.000 milhões de euros de fundos europeus que a Roménia recebe todos os anos sejam utilizados devidamente.
Mais de 70 por cento dos franceses contra a reeleição de Sarkozy
Numa altura em que Nicolas Sarkozy tem sido fortemente criticado pela expulsão de ciganos de França, uma sondagem publicada quarta-feira revelou que 72 por cento dos franceses não desejam que o presidente volte a candidatar-se à presidência em 2012, de acordo com a AFP.
A percentagem dos franceses que não querem a reeleição de Sarkozy aumentou quatro pontos em relação a Março (62% contra 58%), segundo uma pesquisa realizada pelo instituto Ipsos para a revista Le Point.
Uma outra sondagem da revista Le Nouvel Observateur revela que Sarkozy seria amplamente derrotado na segunda volta das eleições presidencial de 2012 pelos socialistas.
O actual director do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, derrotaria Sarkozy com 59% dos votos, contra 41%, enquanto a secretária-geral do Partido Socialista, Martine Aubry, venceria com 53% contra 47%.
Presidente da comunidade em Portugal fala em racismo
O presidente da federação das associações ciganas em Portugal considerou hoje que a expulsão de ciganos em França é uma atitude “lamentável” e “racista”, que pode dar origem a uma “onda anti-cigana” em todo o mundo.
“É lamentável o que está a acontecer, e é triste porque se trata de uma perseguição a seres humanos. É mais lamentável porque Sarkozy [Nicolas Sarkozy, Presidente francês] não está a verificar caso a caso, está a fazer uma inclusão total dos ciganos em França, está a considerá-los a todos criminosos e indesejáveis, está a ter uma atitude racista e isso é bastante triste”, afirmou à Lusa António Pinto Nunes, presidente da Fecalp – Federação Calhim (cigana) Portuguesa.
França iniciou hoje o processo de repatriação de ciganos em situação ilegal no país, uma medida anunciada em julho por Sarkozy, que está a gerar polémica e uma onda de acusações de xenofobia contra o Governo de Paris.
“Creio que estes ciganos estão lá há mais anos e a sua arvore genealógica é mais fácil de localizar do que a de Sarkozy”, afirmou António Nunes, numa referência às origens húngaras do Presidente de França e ao exílio a que o seu pai foi forçado no passado.
Além de considerar que a “política francesa não é amigável para os ciganos”, cuja comunidade vive no país “desde 1418”, António Nunes receia que esta possa dar origem ao recrudescimento de um movimento hostil para com as pessoas de etnia cigana em todo o mundo.
“Sou de etnia cigana, conheço os problemas que se passam em todo o mundo sobre os ciganos, e dá muito medo, porque faz-nos lembrar as prisões das SS, quando prendiam a grande massa de ciganos e depois os eliminavam”, afirmou.
Salientando que “nem todos os ciganos são criminosos e nem todos se medem pela mesma bitola com que Sarkozy os está a equiparar para os expulsar”, o também presidente da associação cristã de apoio à juventude cigana considerou que, quando a situação de um país “está degradada, há uma tendência generalizada para virar os holofotes para os mais deprimidos”.
António Nunes receia, por isso, que este seja o primeiro passo para medidas semelhantes noutros países.
“Pode haver uma onda anti-cigana, porque muita gente já não gosta dos ciganos e aproveitam estas situações e estas notícias degradantes que nada têm de bom, para nos poderem acusar e perseguir”, afirmou.
Numa referência ao recente caso vivido em Beja por uma comunidade cigana que se viu isolada por um muro de dois metros de altura, António Nunes considerou que ainda assim “o pior muro é o invisível, que se constrói na mente” e que já deveria ter sido derrubado, para acabar com certas políticas e “ideias erradas sobre ciganos”.
António Pinto Nunes defendeu que o presidente da autarquia devesse mandar retirar a lixeira que existe perto do bairro, destruir o muro e “dar um pouco mais de dignidade ao povo, porque se não forem as entidades superiores a fazer isso, a sociedade que os rodeia não vai fazer nada”.
“É um compromisso que o presidente da Câmara de Beja deveria assumir e, depois de tirar o muro, apresentar um pedido de desculpas tanto àquela comunidade, como ao mundo”.
ESMA REDZEPOVA
Há meio século a dar voz à cultura cigana
por HELENA TECEDEIRO
Começou a carreira por acaso, ao vencer um concurso radiofónico aos 14 anos. Hoje, prestes a fazer 67, a diva gosta de defender o cosmopolitismo, o pacifismo e a liberdade do seu povo.
Na antiga Jugoslávia, há anos que milhares de pessoas cantam e dançam ao som de Chaje Shukarije. Mas o maior sucesso de Esma Redzepova, cujo título se traduz por "Bela Rapariga", ganhou dimensão mundial quando Sasha Baron Cohen o escolheu para a banda sonora do seu polémico filme Borat. Hoje, a Rainha dos Ciganos, como é conhecida esta mulher de físico imponente que amanhã faz 67 anos, continua a dar concertos. O último foi em Paris, a 31 de Julho, em plena polémica sobre a expulsão dos habitantes de acampamentos ilegais de romas (os ciganos do Centro e Leste da Europa). E numa entrevista prévia ao Le Monde, Redzepova fez questão de sublinhar a tradição de "cosmopolitismo, pacifismo e liberdade" do seu povo.
Nascida numa família pobre de Skopje, na actual Macedónia, Redzepova tem uma carreira com mais de meio século. A diva, de modos exuberantes e voz vibrante, começou a actuar em criança. "Herdei tudo do meu pai. Foi ele que fez nascer em mim esta paixão pelo canto", explicou a cantora ao diário francês. Neta de uma judia iraquiana, filha de uma cigana muçulmana e de um católico, cedo Redzepova aprendeu a lidar com a diversidade. Porteiro, cantor, baterista, encerador de sapatos, o pai da cantora foi o homem dos sete ofícios para criar os seis filhos e dar--lhes uma boa educação.
Mas, se o amor pelo canto foi hereditário, Redzepova deve à sorte a sua carreira. Aos 14 anos, o director da sua escola inscreveu-a num concurso de canto na rádio. E venceu. Nove milhões de dinares, o que na altura equivalia a três vezes o salário da mãe, empregada de limpeza. Mas a reacção da jovem não foi só de felicidade. Assustada com a opinião dos pais, Redzepova escondeu o dinheiro na roupa interior. Um subterfúgio logo descoberto pela mãe, quando foi tomar banho. E, quando o pai ficou a saber, teve de lhe prometer que, se se tornasse cantora, "nunca actuaria em restaurantes ou bares", como recordou em Abril à rádio americana NPR.
Nos anos 50, o destino dos músicos ciganos passava muitas vezes por cantar em casamentos. Mas não Redzepova. Pouco depois de vencer o primeiro concurso, a sua voz fascinou de tal modo o produtor Stevo Teodosievski que este a transformou na primeira estrela da TV na Jugoslávia. E numa das preferidas do marechal Tito, que governou o país durante quase 40 anos, até à sua morte, em 1980.
Casada com Teodosievski desde 1968, os dois tornaram-se no expoente da música cigana. A dupla só se desfez com a morte do produtor, em 1997. Impossibilitados de terem filhos biológicos, Stevo e Esma foram adoptando rapazes carenciados. Ao longo dos anos, foram 47 os jovens que recolheram, alguns dos quais são músicos e ainda actuam com a mãe. No seu site oficial, a diva explica porque apenas adoptou rapazes: "As crianças vieram para nossa casa com 13 anos, em plena puberdade. Stevo e eu percebemos que seria procurar confusão juntar rapazes e raparigas."
Reconhecida internacionalmente pela sua vertente humanitária, Redzepova nunca esquece a sua terra natal. E quando confrontada com a alegada discriminação de que os ciganos estão a ser alvo em França, respondeu ao Le Monde que a Macedónia "é o único país onde os roma são reconhecidos". Lá, explicou, têm acesso à educação, à cultura e até aos mais altos cargos políticos (há desde presidentes de câmara a deputados ciganos). Um motivo de orgulho para esta mulher a quem a idade não assusta. Até porque, como a própria disse à NPR, tem dois segredos para cuidar das suas cordas vocais: evitar bebidas geladas e não voltar a envolver-se com um homem depois da morte do marido.
Os premiados Ana Teixeira
e Stephan Brodt estréiam
peça cigana
Debora Ghivelder
Ana e Stephan, na sede da companhia: trabalho diário e muita pesquisa
A diretora paulista Ana Teixeira e o ator francês Stephan Brodt conheceram-se na parisiense Escola de Etienne Decroux, em 1989. Casaram-se e da união nasceram Joana, 6 anos, e a Amok, companhia teatral da dupla, no oitavo ano de existência. Desde o berço, o grupo ostenta trajetória de êxitos. O primeiro espetáculo, Cartas de Rodez, calcado na correspondência trocada entre o dramaturgo e então interno de um hospício Antonin Artaud e seu médico, doutor Fredière, foi acolhido com os prêmios Shell (direção e ator) e Mambembe (espetáculo) de 1998. O segundo, Carrasco, foi eleito o melhor espetáculo de 2001 pelo júri do Prêmio Governo do Estado do Rio de Janeiro. O terceiro, Macbeth, de 2004, colecionou indicações e elogios superlativos. Após uma gestação de dois anos, Ana e Stephan estréiam na quinta-feira (6), no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil, Savina, uma história cigana de amor e morte nos moldes de Romeu e Julieta (veja mais informações). Apesar da trama de desfecho trágico, a diretora Ana Teixeira garante que entra em fase mais luzente. "Encerrei com Macbeth o ciclo de sombras da companhia", diz ela.
Quem já viu os espetáculos da Amok – nome retirado de um livro do judeu-austríaco Stefan Zweig que quer dizer febre tropical psicológica – sabe do cuidado que cerca o trabalho do grupo. Eles têm devoção que beira o sacerdócio e encaram o fazer teatral com dedicação de artesãos. "Eles têm extremo cuidado com tudo o que fazem e trabalham com muita paixão e disciplina", opina a crítica de teatro Bárbara Heliodora. Com Savina não é diferente. A história da peça é construída com base na obra do escritor cigano Mateo Maximoff, famoso na Europa e pouco conhecido por aqui. Nos últimos dois anos, a Amok mergulhou em uma pesquisa minuciosa, que incluiu até uma viagem à Índia. Na sede da Rua das Palmeiras, em Botafogo – adquirida com o prêmio de 100.000 reais ganho por O Carrasco –, o casal e os sete atores do elenco estudaram as origens ciganas, seus diferentes ramos, costumes e o idioma romani. O trabalho era diário e com hora marcada, das 8 às 13 horas. É esse trabalho esmerado que conquista gente como o ator Sérgio Britto. "Acompanho a Ana e o Stephan desde sempre. Vi até o Dibuk, que eles encenaram com alunos da Cal. O trabalho deles é único no Rio", diz.
Ana Limp
Cena de Savina: universo cigano construído com ricos detalhes
Savina conta a história de um casal prometido pelos pais em casamento antes mesmo do nascimento. A promessa, entretanto, não é honrada, e a história termina em sangue. "Nada é mais importante para os ciganos do que a palavra dada", explica Ana, que na peça abusa do preto e do vermelho em figurinos ricos e detalhistas. Moedas douradas, correntes, chapéus e barbas negras compõem o visual dos membros da tribo cigana. O cenário tem panos comprados de ciganos na Índia após dura negociação. "Foi uma loucura. Eles são excelentes negociantes e nos vêem como gadjos, não-ciganos. Não facilitam nada no preço", conta Ana, que pechinchou muito numa loja empoeirada para voltar com os objetos que classifica como obras de arte. Tudo para criar o clima gitano em que o jogo de luz e sombra lembra telas de Vermeer. Para que o público possa usufruir essa atmosfera, a dupla resolveu virar de ponta-cabeça o teatro: prolongou o palco sobre a platéia e construiu arquibancadas. Uma garantia de proximidade da audiência com os ciganos, talhados com acurado trabalho corporal. Eles têm gestos e andar largos e ostentam um jeito espaçoso de ser, expresso em cada movimento. Sente-se a influência da escola do Théâtre du Soleil e da cartilha Etienne Decroux, autor de uma gramática corporal para atores. "Eu sempre achei que Ana daria uma excelente coreógrafa ou diretora. Ela é precisa e, ao mesmo tempo, sabe dosar", diz Angel Vianna, mestra da diretora nos anos que antecederam a ida à França. "O trabalho dela me emociona", diz Angel. Essa é a intenção.
Sarau das Quintas’ homenageia a Espanha, nesta quinta-feira (29), no Lavourão
A Espanha, país campeão da Copa do Mundo 2010, será homenageada nesta quinta (29), na 16ª edição do “Sarau das Quintas”, projeto que será realizado, a partir das 14h, na loninha do Centro Cultural Joaquim Lavoura - o Lavourão (Av. Presidente Kennedy, 721, Estrela do Norte).
A tourada será um dos temas abordados pela historiadora Suely Saad durante o evento
Durante o evento acontecerá apresentações típicas de dança e de música, como canto popular, ópera e o estilo instrumental, além da participação de vários poetas que irão declamar poesias espanholas famosas.
A historiadora Suely Saad, vai abordar temas sobre o país europeu como a língua nativa, origem e trajetória dos ciganos e a história das touradas, práticas diretamente ligadas à identidade do país. Ao contrário do que muitos pensam, o verdadeiro povo cigano nada tem a ver com magia negra, roubo ou ações de mesma natureza.
Dois cenários ilustrativos vão ser montados na lona: uma praça de tourada e um acampamento cigano. Como não poderia faltar, o futebol da Espanha será posto em debate. “Vamos usar muito pano, muita cor. Com certeza será um evento muito bonito e interessante, principalmente em termos de enriquecimento cultural”, afirmou Fernando José de Almeida, coordenador do evento e maestro.
O projeto “Sarau das Quintas” é promovido pela Biblioteca Municipal e acontece toda última quinta-feira do mês com entrada gratuita.
Líder de associações portuguesas espera que Sarkozy volte atrás e não acabe com os acampamentos ilegais
por Agência Lusa, Publicado em 31 de Julho de 2010
O dirigente da Federação das Associações Ciganas de Portugal (FECALP) espera que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, seja "bem aconselhado" e volte atrás na decisão de acabar com metade dos acampamentos ilegais em França.
O governo francês anunciou que vai encerrar, no prazo de três meses, "metade dos campos ilegais" de ciganos e nómadas no país, provocando a condenação da oposição.
“Acho muito estranho que Sarkozy, que é um homem tão tolerante até com a sua vida particular - que nós não temos nada a ver com isso -, seja um homem que não está a respeitar os acordos de paz e delivre circulação e que esteja a condenar um povo que já está condenado há muitos anos”, disse à Lusa António Pinto Nunes, da Federação das Associações Ciganas de Portugal (FECALP).
O dirigente realçou que “a França foi um dos países que condenou a Itália quando a Itália teve atitudes racistas com os ciganos” e que o próprio presidente francês “foi um dos homens que recriminou o presidente iraniano quando fez umas declarações racistas contra Israel”.
“Creio que, se for bem aconselhado, ele vai voltar atrás [nesta decisão]”, acrescentou, sublinhando que esta atitude “não contribui para o êxito daqueles que muito se comprometem a fazer e afirmam em assembleias e em todo o lugar que querem contribuir para a inclusão do cigano na sociedademaioritária”.
Em reação à decisão francesa, a Comissão Europeia clarificou que a expulsão de ciganos acampados ilegalmente em França é da exclusiva competência do Estado francês.
“Eu até concordo com isto, mas não podemos generalizar, porque está a ocorrer umaestigmatização do povo cigano, porque por um cigano comer uma pera, nem todos os outros gostam de fruta”, disse António Pinto Nunes.
O dirigente cigano realçou que Nicolas Sarkozy “está a mandar derrubar bairros ilegais, mas nestes bairros deve haver muita gente que está incluída na sociedade, que trabalha, que tem bons fundamentos e quer aprimorar o seu modo de vida”.
“O Sr. Sarkozy tem de verificar que nem tudo o que anda na rua é mulher da rua”, considerou.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***