Alemanha cria memorial em homenagem a ciganos vítimas do
Holocausto
A chanceler alemã, Angela Merkel, inaugurou um memorial em
Berlim para os ciganos vítimas do Holocausto nazista.
O memorial - um lago circular com um pequeno pedestal no
meio - foi instalado no parque Tiergarten, perto do Reichstag, o parlamento
alemão.
A inauguração ocorrre após anos de atrasos e disputas sobre
o projeto do memorial e de seu custo.
Especialistas dizem que entre 220 mil e 500 mil ciganos
foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial.
"É muito importante que tenhamos uma cultura de
lembrança", disse Merkel, em uma entrevista em seu canal no YouTube.
"Cada geração tem que confrontar a sua própria história
novamente. E para isso temos que ter locais adequados que as pessoas possam
visitar, quando as testemunhas da época não estarão mais vivas."
Merkel reconheceu que a construção do memorial levou muito
tempo e implicou "muitas discussões", mas lembrou que o memorial aos
judeus da Europa assassinados também tinha levado mais de 15 anos para ser
concluído.
O presidente alemão, Joachim Gauck, e cerca de 100
sobreviventes idosos também compareceram à cerimônia de inauguração, nesta
quarta-feira.
'Mensagem importante'
O memorial foi projetado pelo artista israelense Dani
Karavan. Uma flor fresca vai ser colocada no pedestal no centro do memorial a
cada dia.
A cronologia da campanha de extermínio nazista fica ao lado
do memorial.
Em 1982, a Alemanha reconheceu oficialmente o genocídio dos
Roma e Sinti - povos que vivem principalmente em regiões de língua alemã na
Europa Central.
O líder do Conselho Central dos Sinti e Roma na Alemanha,
Romani Rose, também compareceu à cerimônia.
Ele disse à agência France-Presse: "A abertura do
memorial envia uma mensagem importante para a sociedade, de que o sentimento
anticigano é tão inaceitável como o antissemitismo".
Nos últimos anos, a Alemanha vem lembrando a perseguição dos
ciganos durante a Segunda Guerra Mundial.
No entanto, as organizações ciganas e grupos de direitos
humanos dizem que eles ainda são discriminadas em muitos países europeus.
Fonte e Imagens: BBC
Brasil