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sexta-feira, 25 de junho de 2010

BRUNO KALON GONÇALVES, MEDIADOR INTERCULTURAL, ESCREVE LIVRO PARA CRIANÇAS

BRUNO KALON GONÇALVES, MEDIADOR INTERCULTURAL, ESCREVE LIVRO PARA CRIANÇAS


O mundo do ciganinho Chico
Chico. O ciganinho que não sabia a gesta do povo Rom. “Conhece-me antes de me odiares”, diz o título. A história da criança e da sua curiosidade é contada a todas as outras crianças por Bruno Gonçalves, um cigano, como Chico, que nunca escondeu a sua imensa sede de aprender. E, agora, de ajudar a aprender.
Bruno tem 34 anos. Nasceu em Coimbra, filho de vendedores ambulantes. O pai, analfabeto, sempre o empurrou para a escola. Não foi além do 8.º ano, porém. Culpa da submersão na “geração solitária”, admite. Hoje, arrependido, já fez o 9.º e prepara-se para concorrer à universidade, via ad-hoc.
Há uma década que Bruno é uma espécie de vanguarda da afirmação Rom, em Coimbra. A partir do defunto Futebol Clube Ciganos de Coimbra, fundou e foi o primeiro presidente da Associação Cigana. Na altura, era mediador na escola primária do Ingote – onde 90 por cento dos alunos eram ciganos, a maior percentagem em toda a Península Ibérica. 
Desde então, escreve, regularmente. Palavras que “anseiam por mostrar aos quatro ventos que ser cigano é sonhar. Sonhar em ter um mundo melhor onde a diferença é uma pedra preciosa que se lapida todos os dias”…
Bruno é um tipo afável, culto e acima de tudo prestável. Depois da Associação Cigana, voltou à mediação intercultural, no Porto e na Pampilhosa. Hoje, é um dos 16 mediadores municipais, em todo o país.
Há uma década, Bruno escrevia à mão, em cadernos que nem sempre guardou. Depois, familiarizou-se com os computadores e, hoje, tecla as suas histórias enquanto se desdobra em múltiplas intervenções, em todas as redes sociais – no Facebook, dinamiza a página “Portugueses ciganos e seus amigos” e não se perde do seu espaço pessoal, em Bruno Kalon Gonçalves.
A história do ciganinho Chico há-de chegar às livrarias. Oxalá tenha apoios. Para já, espera que ACIDI (Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural) e outras instituições se cheguem à frente. 
Bruno não aspira mais do que a uma edição de autor. Modesta, mas que realce as “lindíssimas” ilustrações do seu amigo figueirense Tiago Moleano Gomes. E, sobretudo, que leve a toda a parte a história do povo cigano e que valorize a idiossincrasia da sua cultura. Porque, como diz o ancião da história, é na escola, com todas as diferenças, que enriquecemos esta sociedade.

Fonte: DIÁRIO beiras

NOTICIA - OBRAS DE REQUALIFICAÇÃO SÃO AGUARDADAS COM DESCONFIANÇA


Bruno Gonçalves

NORTON DE MATOS - OBRAS DE REQUALIFICAÇÃO SÃO AGUARDADAS COM DESCONFIANÇA

O povo ainda gosta destas feiras
Comerciantes e clientes partilham a preocupação. Ninguém quer perder a feira do Bairro Norton de Matos, mas admitem até sair para um espaço próximo, temporariamente, desde que seja para fazer melhorias. 

Ainda há feiras assim. Bem no centro da cidade. Continuam a resistir as dos 7 e dos 23 que, como o próprio nome indica, acontecem apenas uma vez por mês naquelas datas. Mas há uma que ainda resiste, bem à moda de antigamente.
No Norton de Matos – se bem que ali já estaremos no Vale das Flores – todos os sábados se repete o ritual. Bem cedo, começam a chegar os vendedores ambulantes, para marcar o sítio. É assim há dezenas de anos. Alguns, fruto da antiguidade, sempre ocuparam o mesmo espaço, com tendas e bancas que se vão acumulando, um pouco sem regra.
Marlon Barbosa vem da Figueira da Foz. Com vinte e poucos anos, desde que nasceu, não conhece sábados diferentes. “Faço esta feira desde que nasci. Todos os sábados aqui vimos”, conta à reportagem do DIÁRIO AS BEIRAS. Como “50 por cento dos feirantes”, vem da Figueira da Foz para fazer a venda. “ Já foi mais rentável, mas continua a ser das melhores”, afirma.
Ricardo Prudência, também vem da Figueira da Foz. Vem cedo e monta a sua tenda no mesmo sítio, “há mais de 15 anos”. Um sítio que vai desaparecer, mesmo junto às escadas que descem da Rua Carlos Seixas. Ali vão nascer três prédios e, naturalmente, a feira vai perder terreno.
“Eles depois têm que resolver o nosso problema, porque não podemos ficar de mãos a abanar. Isto é a nossa vida e o ganha-pão”, afirma. Queixa-se do Estado e da câmara, que esquece os vendedores ambulantes, mas não se preocupa com as obras, desde que venham aí melhores condições.
“O Estado não nos dá valor nenhum, mas têm de ver que também somos contribuintes. Este é o mercadito onde nos safamos melhor”, diz. “Eles [a câmara] não querem saber se podemos ou não trabalhar. No Inverno há dias que a chuva nos estraga tudo… mas desde que arranjem o espaço, façam lá as construções que quiserem, desde que nos deixem um espaço para nos governarmos, encantado da vida”, afirma.

“Vem cá muita gente”

Maria Pereira Dias, de Ceira, é outro rosto habitual da feira. Já vendeu no Mercado D. Pedro V, mas gosta mais desta feira. “Fica-me mais perto”, explica. Quanto às obras, são importantes… “para os mais novos”. Afinal, lembra, “vem cá muita gente ao sábado”.
Maria Trigueiro é de Coimbra. Vive no bairro. Sobre as obras, desde que sejam “para continuarmos e melhorar a feira, então tudo bem”. Mas deixa um aviso: “Vão cortar muito espaço e as pessoas de Coimbra já se habituaram a comprar aqui. Não é com quatrocentos e tal ou 500 euros que se pode ir comprar às lojas…”.
O problema é quando se fala nas opções para o período das obras. “Queria perguntar ao senhor presidente onde vão pôr os ciganos enquanto aqui estiverem obras”, diz Maria Trigueiro. Porque, é ali o seu “ganha-pão” e “com a falta de emprego que há e o país em crise, querem tirar os ciganos das feiras. Depois dizem que há muitos assaltos… Para além disso, estas feiras não são só o sustento do povo cigano. Há muita gente que daqui tira o sustento para as suas famílias”.
Catarina Rodrigues é proprietária da pastelaria Arco Íris, junto ao local da feira. “Deviam manter a feira, mas fazer dali um sítio como deve ser. Marcar um espaço para cada um, nem que pagassem aluguer, porque noutros sítios também pagam…”, disse.

Fonte : DIÁRIO beiras

Ciganos: a lenda da Cigana Sandra Rosa Madalena

Ciganos: a lenda da Cigana Sandra Rosa Madalena

Conta a lenda que há muitos anos na cidade de Sevilha, nasceu num acampamento cigano uma menina que deram o nome de Sandra Rosa Madalena. Muito bonita e prendada cresceu e foi seduzida por um conde casado, vindo a engravidar.

Grávida e sem marido, a cigana Sandra Rosa Madalena foi expulsa de sua tenda, porque diz a tradição cigana que as mulheres precisam casar virgens, não admitindo-se em seus acampamentos mães solteiras.

Indo ao encontro do seu amante, o conde casado para pedir-lhe ajuda, a cigana Sandra Rosa Madalena assinou a sua própria morte, pois com medo de escândalos, o conde casado ordenou a sua morte.

Depois de sua morte a cigana Sandra Rosa Madalena apareceu em sonhos para o seu povo, que orava por sua alma. Milagres em seu nome aconteceram e enfermidades foram curadas.

Fonte: @bv123 notícias

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Povo Cigano > Curiosidades

Povo Cigano > Curiosidades
Os Ciganos

-O povo cigano rege-se por leis próprias, que não estão escritas, mas que todos os ciganos conhecem muito bem;
-Os ciganos identificam-se normalmente pelo vestuário e características físicas: a grande maioria tem a pele e os olhos bastante escuros; 
-Os ciganos são um povo oriundo da Índia. 
-A família cigana é quase sempre numerosa; 
-É frequente o agregado familiar ser constituído por mais do que uma geração – avós, pais, filhos, tios, primos...; 
-Depois do casamento, o casal costuma ir viver com os pais do noivo; 
-O homem é quem toma as grandes decisões da família; 
-Muitas vezes são os pais a decidir com quem casam os filhos. 
-As crianças ciganas não gostam de estar muito tempo fechados na sala de aula; 
-Geralmente grande parte dos pais ciganos considera que o horário escolar se inicia muito cedo. Se o filho disser que não quer ir, o pai não insiste; 
-As crianças ciganas, por vezes, desistem da escola porque têm que tomar conta dos irmãos mais novos ou porque os pais mudam de residência; 
-As meninas ciganas quando começam a crescer saem da escola porque não podem conviver com rapazes; 
-A maioria dos ciganos mais velhos não frequentou a escola; 
-Na escola também podemos aprender a conhecer a cultura cigana. 
-Antigamente existia uma lei, que proibia os ciganos de ficar mais de 24 horas no mesmo sítio; 
-Por terem sido um povo nómada, ainda hoje muitos ciganos têm o hábito de dobrar diariamente, os cobertores e lençóis da cama. Chamam a este hábito “ armar o fato”; 
-Mesmo vivendo em casas, muitas vezes os ciganos voltam a deslocar-se com frequência, por motivos profissionais ( venda ambulante, trabalho sazonal ),ou quando se zangam uns com os outros. 
-Em Portugal e Espanha os ciganos falam uma variante (dialecto)do Romani, chama-se caló; 
-Os ciganos nem sempre gostam de ensinar o Romani/Caló; 
-Os ciganos não escrevem a sua história nem a sua língua- cultura ágrafa; 
-Em Caló menino não cigano diz-se lacurrilho; 
-Por tradição, todos os homens ciganos se dedicam à venda a partir do casamento; 
-Para além da venda existem outras profissões ancestrais, associadas aos ciganos: cestaria, de animais, tosquia, trabalhos sazonais, latoaria, quiromancia (mulheres ); 
-Também há ciganos com cursos superiores ( advogados, professores...); 
-Os ciganos não vendem à segunda feira, é o dia de descanso de muitos. 
-Os ciganos não gostam de viver em prédios( andares) muito altos; 
-Gostam de casas com quintal e com espaços amplos e arejados, por causa da sua forte ligação à natureza; 
-Actualmente a maior parte dos ciganos vive em bairros de realojamento. 
-No natal os ciganos põem a “mesa” no chão, com uma toalha branca; 
-As pessoas mais velhos são muito respeitadas entre os ciganos. É aos mais velhos que são pedidos conselhos e orientações para resolver problemas. Chama-se “tio” ao homem mais velho e/ ou mais respeitado da comunidade; 
-As mulheres ciganas não entram sozinhas em lugares públicos; 
-Quando algum cigano está no hospital, todos os seus amigos e família permanecem da parte de fora, dia e noite, até ele sair; 
-Quando o marido morre, a cigana viúva tem de cortar o cabelo todo e veste-se de preto para sempre; 
-As ciganas quando crescem têm de usar saias compridas e não podem estar sozinhas com rapazes; 
-Na família cigana quando morre alguém que habita na mesma casa, os familiares pintam-na de novo e mudam os móveis de sítio; 
-O “dia do cigano” é festejado no dia de S.JOÃO; 
-Os ciganos têm muito ouro, por gostarem e porque em caso de necessidade podem vendê-lo rapidamente. 
Em relação ao namoro 

-Quando começam a namorar os ciganos não podem falar um com o outro, mandam recados por outra pessoa; costumam dizer que namoram com os olhos; 
-Os homens ciganos não podem recusar um compromisso de casamento/namoro; 
-As mulheres podem recusar “dando cabaças”;

Em relação ao casamento 

-À cerimónia para conceder a mulher cigana em casamento, chama-se pedimento; 
-Muitos ciganos para antecipar a data do casamento fogem para longe da família, chama-se fugimento; 
-A festa de casamento dos ciganos pode durar muitos dias e são os homens que cozinham; 
-Durante as festas de casamento os ciganos usam muitas roupas novas, ás vezes feitas por costureiros famosos; 
-Os ciganos não gostam muito de casamentos com os não ciganos; 
-Para desfazer um casamento cigano é preciso reunir as respectivas famílias, para haver um acordo. 

-Há muitos ciganos músicos, em todo o mundo; 
-Os ciganos aprendem a tocar, cantar e dançar muito cedo; 
-A primeira coisa que as mães ciganas ensinam aos bebés é “bater os peitilhos ” ( estalar os dedos ) ; a seguir é bater palmas à maneira cigana; 
-Às vezes quando um cigano começa a cantar ou tocar, aparecem outros ciganos e faz-se uma grande festa .

Fonte: EB1 DE CABEÇAIS

Prêmio Culturas Ciganas 2010

Culturas Ciganas

Prêmio Culturas Ciganas 2010 está em sua segunda edição e premiará 30 iniciativas que envolvam trabalhos, individuais ou coletivos, que fortaleçam as expressões culturais ciganas e contribuam para a continuidade e manutenção das identidades dos diferentes clãs e povos presentes no Brasil que somam mais de meio milhão de pessoas. O primeiro Edital de premiação para os ciganos do Brasil foi realizado em 2007, contemplando 20 iniciativas culturais do segmento. A nova edição do Prêmio Culturas Ciganas distribuirá R$ 300 mil em prêmios, sendo R$ 10 mil para cada iniciativa premiada.

O Edital Culturas Ciganas 2010 será realizado em parceria com o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP); com a Presidência da República, por meio da Subsecretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais da Secretaria Especial de Promoção de Políticas para a Igualdade Racial (SEPPIR) e da Subsecretaria de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH);  e com a Pastoral dos Nômades do Brasil. As inscrições podem ser feitas até 12 de julho de 2010. Mais informações poderão ser obtidas na página da SID/MinC www.cultura.gov.br/diversidade ou pelo endereço eletrônicopremioculturacigana2010@cultura.gov.br.

domingo, 13 de junho de 2010

Incentivo Para Cultura Cigana

(O Ator Marcos Frota com um grupo de ciganos durante o lançamento do edital.)
Incentivo para cultura cigana
Fonte: Correio Braziliense
Adair Oliveira

A falta de espaço na agenda do Senado impediu a realização de uma audiência pública na Casa em comemoração ao Dia do Cigano, celebrado na última segunda feira. Transferidas para quarta-feira, as celebrações tiveram início pela manhã no Congresso, mas o ponto alto foi uma oficina realizada no Circo Universidade Marcos Frota, na Esplanada dos Ministérios, para apresentar o edital Prêmio Culturas Ciganas 2010.

A oficina possibilitou esclarecer dúvidas a respeito das inscrições, que podem ser feitas sem preenchimento de formulários, basta o envio de uma gravação oral das informações do projeto. De acordo Miriam Stanesco Batuli, conselheira da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), as inscrições serão individuais e não coletivas. Os interessados terão até 12 de julho para apresentar suas propostas ligadas a dança, artesanato, audiovisual, culinária e outras manifestações ligadas ao povo cigano. Trinta projetos serão escolhidos.

No próximo mês, acontecerão mais duas oficinas: uma no Rio de Janeiro (dia 6) e outra na cidade paulista de Campinas (dia 10). "O que está acontecendo aqui é a justiça sendo feita, pois nós ciganos somos os excluídos do excluídos. Já cansei de ser encarada com mal olhados quando entro num comércio", destaca a cigana Vanda Sava, que veio de Campinas participar do evento. "É uma conquista da comunidade cigana", comemora ela.

"Resistência e alegria sempre marcaram a história dos circenses e dos ciganos, e nada melhor e mais apropriado que o circo e o picadeiro para essa comemoração, que deve ser comemorada com muita alegria e magia, características desses dois povos," enaltece Frota

A primeira edição do Prêmio Culturas Ciganas ocorreu em 2007 e contemplou 20 iniciativas culturais. Este ano serão distribuídos R$ 300 mil, sendo R$ 10 mil para cada iniciativa premiada. A data do anúncio dos ganhadores ainda não está definida. Os projetos devem ser enviados para a Secretaria da Identidade e Diversidade Cultural (SID), Anexo I, 4º andar, sala 403, sede do Minc. CEP: 70068-900. Mais informações pelo site www.cultura.gov.br.