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domingo, 28 de fevereiro de 2010

A História de San Ceferino

A História de San Ceferino
Fonte: Comunidades > Religiões e Crenças > San Ceferino Gimenez de Malla >
Por: Cravero
 
Ceferino Gimenez de Malla, nasceu na Catalunha, Espanha, aos 26 de agosto de 1861. Descendia do povo cigano daquela localidade, que chamava o menino de "El Pelé". A família vivia na pobreza, que se intensificou quando o pai a abandonou, para ficar com outra mulher. Por isso, Ceferino não pôde ir à escola, precisou ajudar no sustento da casa, confeccionando e vendendo cestas de vime. Quando completou vinte anos, se transferiu para Barbastro e ali se casou com Teresa Gimenez Castro, ao modo cigano, sem rito religioso. O casal não pôde ter filhos, então resolveram adotar Pepita, uma sobrinha de Teresa.
 
Ceferino não tinha uma profissão fixa, era habilidoso com cavalos e mulas, mas se tornou um comerciante autônomo depois de um episódio que encantou toda Barbastro. Um homem tuberculoso, vertendo sangue contaminado pela boca, estava agonizando na estrada. Todos tinham receio de ajuda-lo, afinal, a tuberculose era extremamente contagiosa. Porém, isto não intimidou Ceferino que o ajudou prontamente, abrigando-o em sua casa, tratou de sua doença. Quis o destino que a família daquele homem fosse uma das mais poderosas do local, que gratificou muito bem Ceferino pela sua boa ação. Com este dinheiro ele iniciou um pequeno negócio que rapidamente prosperou.
 
Ele acabou enriquecendo, mas, mesmo assim, continuou praticando sua caridade. Com o sangue nômade nas veias, passou a pregar pelas estradas, munido do Rosário. Socorria aos mais pobres, especialmente os ciganos, seus irmãos de sangue. Porém, para ele todos eram o "próximo", tornando-se a razão de sua existência e de seu trabalho caridoso.
 
Cristão, devoto da Virgem Maria e da Eucaristia, freqüentava a Santa Missa todos os dias, na qual fazia questão de receber a comunhão. Ceferino oficializou seu casamento pelo rito católico, em 1912. Nesta ocasião passou a freqüentar a "Quarta-feira Eucarística", da Ordem Terceira de São Francisco. Quando então todos os religiosos reconheceram naquele comunicativo cigano um grande modelo de virtude e santidade. Empenhou-se com grande generosidade nas Conferências de São Vicente de Paulo, porque desejava tornar sua caridade mais eficiente. Mesmo sendo analfabeto, também se dedicava à catequese das crianças, ciganas ou não. Era muito querido por elas, pois, conhecendo muitas passagens da Bíblia ele as contava com especial inspiração.
 
Em 1936 explodiu a guerra civil espanhola. No dia 02 de agosto deste ano, Ceferino foi preso ao tentar libertar um padre que era prisioneiro de um grupo anarquista. Tinha então setenta e cinco anos de idade. Mesmo sob a mira das armas, Ceferino protestou de cabeça erguida. Todos puderam ouvir seu último grito, brandindo o Rosário, seu companheiro, antes do fuzilamento: "Viva Cristo Rei!".
 
Por ordem dos rebeldes, todos os fuzilados foram enterrados numa cova coletiva. Dentre eles estava Ceferino, cujo corpo nunca pôde ser encontrado. Em 1997, numa bela cerimônia solene celebrada pelo Papa João Paulo II, em Roma, na presença de milhares de ciganos cristãos do mundo todo, Ceferino Gimenez de Malla foi declarado beato.
 
Assim, ele se tornou o primeiro cigano a ser elevado aos altares pela Igreja, cuja festa foi marcada para o dia de sua morte.
 
NOVENA DE SAN CEFERINO

San Ceferino Gimenez de Malla é o primeiro santo cigano reconhecido pela Igreja Católica, de origem Kalon espanhol.

Ele resolve questões judiciais pendentes, problemas na Justiça, justiça pessoal e intrigas sérias.

San Ceferino Gimenez de Malla era juiz da Chris Romani (tribunal cigano), foi beatificado e reconhecido como o primeiro santo cigano católico, seguia rigorosamente as tradições ciganas e já teve milagres comprovados de sua luz.

NOVENA

Comprar duas velas, uma branca de 9 dias e uma marrom de 9 dias (Se preferir acender uma vela por dia compre 9 brancas e 9 marrons e acenda-as diariamente). Escolha um horário específico para acender a vela, que você deverá manter nos próximos 9 dias após acendê-la, para fazer suas orações. Quando acender, rezar 7 Ave Marias, 7 Pai Nossos, fazer o pedido de justiça que vc precisa e/ou pedido de necessidade. Faça seu pedido, agradeça sua ajuda e, todo dia, até acabar as velas, no mesmo horário, vá em frente das velas, reze os 7 Pais Nosso e 7 Aves Maria e repita o pedido.

Quando as velas acabarem, jogue fora normalmente. Pode fazer em casa, sem problema nenhum. E depois aguarde...

Desde 1997 ele foi reconhecido e agora está sendo divulgado amplamente pelos meios de comunicação. Ele está sendo cultuado na Espanha e na Península Ibérica, principalmente pelos ciganos de origem Kalon, que é o povo mais apegado às tradições católicas que estamos acostumados e conhecemos.

Viva San Ceferino!

Homilia da Beatificação de San Ceferino

HOMILIA DO PAPA JOÃO PAULO II

NA CERIMÓNIA DE BEATIFICAÇÃO

DE CINCO NOVO BEATOS

4 de Maio de 1997



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ciganos - Feira de Noivas na Bulgária

FEIRA DE NOIVAS NA BULGÁRIA

Melhores roupas, dentes de ouro, penteados extravagantes, maquiagens e jóias brilhantes – são algumas das características das adolescentes ciganas da Bulgária.

No evento conhecido como “feira anual de noivas”, essas garotas se reúnem com seus pais e familiares e exibem seu “belo” visual, na esperança de “conseguir” um noivo.

Porém, todo esse jogo de beleza é feito para atrair rapazes solteiros, dispostos a pagar uma boa quantia de dinheiro, para assim casar com elas. Isso tudo já soa muito estranho. Mas, além de adquirir uma noiva em uma “feira livre”, o noivo possui garantia de um ano e pode comprar quantas noivas quiser.


Texto: UOL
Seção: Acredite se quiser


domingo, 21 de fevereiro de 2010

França: Expulsão de famílias Ciganas em Bobigny

França: Expulsão de famílias Ciganas em Bobigny - Catherine Peyge solicita uma mesa redonda ao Estado

Depois da nova expulsão desta manhã, quarta-feira, 20 de maio, a Prefeita de Bobigny (Catherine Peyge) exige que cessem estas expulsões, que não fazem mais que mudar de lugar os problemas e acentuar a miséria humana.

Esta manhã, quarta-feira, 20 de maio, uma centena de Ciganos foi evacuada de um terreno em Bobigny, situado na proximidade da antiga Estação – Haute-Lieu de la Deportation – onde eles tinham se instalado há cerca de uma semana. Entre eles crianças, pessoas idosas e doentes, todos atingidos por um despejo inesperado. Esta expulsão foi pedida pelo proprietário do terreno, a empresa pública Rede Ferroviária da França (Réseau Ferré de France).

Algumas dessas famílias já tinham sido expulsas do mesmo lugar, no último 22 de abril, alguns dias antes da “Jornada nacional da lembrança das vítimas e dos heróis da deportação”

Quero expressar minha grande emoção e a minha inquietude quanto a estas expulsões repetitivas.

Quero parabenizar igualmente a ação das associações e das organizações humanitárias que atuam no terreno, e ao grupo de estudantes das Belas Artes que foi constituído em apoio às famílias.

A questão das discriminações que atingem os Ciganos em nosso país deverá ser discutida seriamente, principalmente em continuação aos trabalhos do Parlamento europeu, que colocam em destaque as terríveis condições de exclusão na qual vivem estes cidadãos europeus. Em lugar destas expulsões, que apenas trocam os problemas de lugar – algumas vezes em centenas de metros – e agravam o sofrimento das famílias.

Em Bobigny, nestas circunstâncias, decidi assumir todas as minhas responsabilidades. Do mesmo modo que nós escolarizamos as crianças Ciganas e criamos as condições mínimas de higiene, dentro de nossas possibilidades, decidi questionar o Estado para colocar à disposição um terreno no território comunal, a fim de que estas famílias, que não sabem mais para onde ir, possam se instalar o tempo necessário que permita a realização de um trabalho social para apresentar soluções duráveis.

Apelo igualmente ao Estado para a organização de uma mesa redonda, com a participação das comunidades locais e das associações que tratam quotidianamente destas questões, e as quais gostaria de reconhecer a experiência e o conhecimento.

Este encontro deve permitir-nos abordar esta situação com toda a seriedade e o espírito de humanidade e responsabilidade que ela merece.

Não é admissível que cada um continue a tratar deste assunto, como não se tratasse de vidas humanas.

Contatos imprensa: Stéphane Pariyski – 06.81.41.60.13- 01.41.60.96.57- stephane.pariyski@ville-bobigny.fr

* Contato estudantes das Belas-Artes: Tiago Nacke – 06.27.33.25.87


O(A) seguinte Tradutor(a) Voluntário(a) pelo direito à moradia sem fronteiras da AIH colaborou com a tradução deste texto:
Ana Mary da Costa Lino Carneiro

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Rumes - Ciganos

Fonte: BBC BRASIL

Texto: Carolina Glycerio

Enviada especial a Presov

Ciganos eslovacos vivem em 'favelas geladas'

Crianças com roupas puídas vagam em meio a centenas de barracos de madeira, que se amontoam à beira do rio. O cenário de desamparo lembra algumas das mais miseráveis favelas brasileiras, mas a temperatura está abaixo de zero, e neva em plena primavera.

Cerca de 2 mil pessoas vivem no assentamento de Jarovnce, no leste da Eslováquia, e fazem parte da comunidade de 400 mil ciganos que vivem no país.

Os ciganos são a parcela mais pobre da sociedade eslovaca – uma das mais pobres que estão entrando na nova União Européia a partir do dia 1 de maio.

Faltam estatísticas oficiais que expressem a situação dos ciganos porque a lei eslovaca impede a discriminação de dados por origem étnica, mas a pobreza vivida em assentamentos como o de Jarovnce é desconhecida pelos outros cinco milhões de eslovacos.

Famílias extensas

A maioria dos ciganos mora na região mais pobre do país, onde o poder de consumo é um terço da média da capital eslovaca, Bratislava.

Boa parte deles depende de benefícios sociais, divididos entre os vários membros da família, tradicionalmente extensa na cultura romani.

"Nós estamos vivendo na pobreza. Não temos emprego, não temos renda, às vezes não temos dinheiro para pagar o aluguel", diz um cigano que preferiu não se identificar.

Autoridades e ativistas concordam que não há como melhorar a situação dos cigano sem diminuir o desemprego entre a comunidade, que é especialmente afetada num país no qual da 17% da população ativa está sem trabalho.

Discriminação

A maioria carece de nível educacional ou qualificação profissional, mas ativistas dizem que o desemprego entre os ciganos não seria tão alto se não houvesse discriminação.

"É muito difícil conseguir um emprego não só para cigano, como também para os que não são ciganos. Se o empregador tiver que escolher um não-cigano qualificado e um cigano não qualificado, ele vai escolher o não-cigano. Se houver a mesma escolha entre desqualificados, ele também escolheria o eslovaco", afirma Erika Godlova, consultora de projetos culturais da cidade de Presov.

Ela própria uma cigana, Erika é uma exceção na comunidade. Com formação acadêmica e fluente em quatro línguas, ela é a única cigana da estrutura de 100 pessoas em que trabalha.

Apesar disso, ela conta que demorou meses até conseguir fazer o trabalho para o qual foi contratada, porque lhe mandavam fazer tarefas como servir café e fazer compras. "As pessoas tinham medo de que eu fosse estragar tudo."

"Eles (eslovacos) não acham que os ciganos são capazes de trabalhar, não acham que os ciganos querem trabalhar. A opinião geral na sociedade é que ciganos só querem ficar em casa, viver de benefícios sociais, ter muitas crianças para que o Estado lhes pague pensão."

De fato, não é difícil encontrar eslovacos que declarem abertamente o seu preconceito contra a minoria.

Tensão

"Eles não mudam de vida porque não querem e esta sociedade não é feita para quem não quer mudar", diz Kristina Rebrova, uma estudante de 20 anos, de Bratislava.

A tensão entre eslovacos e ciganos chegou ao auge no início deste ano, logo após um corte nos benefícios sociais, que atingiu os ciganos em cheio. A decisão causou revolta entre a comunidade e grupo iniciou uma onda de saques a lojas e supermercados – reprimidos com tropas do Exército.

"Eles estão roubando os nossos supermercados porque o governo cortou os benefícios deles, mas eu não acho que a solução seja dar esse dinheiro para eles. Não é justo que eles não façam nada e recebam o dinheiro que os meus pais trabalharam para ganhar", diz Kristina.

Michal Sebesta, assistente da Plenipotenciária para os ciganos no governo eslovaco, diz que o sistema anterior de benefícios, criado durante a transição do comunismo para o capitalismo, era "insustentável" a longo prazo. O sistema beneficiava e, mesmo depois de reformado, ainda beneficia tanto ciganos quanto eslovacos.

Segundo Sebesta, que é eslovaco, as diferenças entre a maioria da população e os ciganos são uma combinação do que aconteceu no comunismo com o período econômico difícil pelo qual o país passou na transição para o capitalismo.

"Durante o comunismo, a comunidade cigana estava perdendo as suas origens, mas, por outro lado, o Estado estava lhe dando determinados padrões sociais. Durante a transição, eles podiam reivindicar as suas origens e passaram a contribuir para a sociedade, mas, por outro lado, perderam os seus trabalhos e as diferenças entre a minoria cigana e a maioria eslovaca foram aumentando."

O alto desemprego entre os ciganos, os primeiros a perderem os seus trabalhos na transição, e o fato decorrente de receberem benefícios sociais agravaram o preconceito, que já existia, embora mais disfarçado, no comunismo. Por outro lado, diz Sebesta, a exclusão afetou a cultura de trabalho dos ciganos

"Crianças de 12 anos nunca viram os seus pais trabalhar", diz.

Ele diz que os assentamentos como de Jarovnce "são o problema mais difícil" na estratégia de integração da comunidade.

"As pessoas têm problema de moradia, de emprego e, além disso, problemas com a população eslovaca. E todos esses problemas estão interligados. Se há dez pessoas vivendo em uma casa, a criança não consegue fazer a lição de casa, tem problemas na escola e, por consequência, enfrenta dificuldades para obter um emprego no futuro. É por isso que nós temos que enfrentar esses problemas ao mesmo tempo."

O problema é que nem governo nem ativistas parecem saber muito bem como.



Rumes - Ciganos

Outro dia assisti um documentário na TV Futura, que falava um pouco sobre o povo denominado rumes.

Saíram de Bangladesh antes da Segunda Guerra e se instalaram na região onde hoje é a Eslováquia.

No documentário mostra que eles são um povo que não recebem praticamente nenhum auxílio do governo eslovaco. Recebem mensalmente uma quantia irrisória (visto que em cada casa há cerca de 14 crianças), e o "vilarejos" onde vivem são completamente esquecidos pelo governo e pela sociedade. Não há escolas, hospitais, policiamento, absolutamente nada. Estima-se que haja 500 favelas rumes em toda Eslováquia. Pelo retrato exibido, eles vivem na extrema pobreza. Não há alimentos e nem empregos. Comem carne de cavalos pois não há outro alimento.

A gravação acompanhou uma jovem, com um curso técnico em vendas, na busca de um emprego. E é impressionante, as pessoas nem se importam com a filmagem. Falam que precisam de alguém mais velha, que a vaga já foi preenchida, ou falam que não a querem, que nada adianta um curso técnico... é horrível o preconceito...

Que Dios (Deus) abençoe os povos distantes, que são esquecidos pelos homens.